terça-feira, 31 de julho de 2012

Aos meus carrapatos preferidos!

          Há quem diga que certos animais não servem para nada, tipo os carrapatos. São inconvenientes, pois grudam em você e além de se alimentarem do seu sangue te deixar com uma baita coceira. Só que vamos agora desestereotipar os coitados e usá-los para entender outra coisa.
          Em uma bela noite resolvemos andar pelo meio do mato sem nenhum compromisso ou às vezes com uma missão libertadora, e quando é fé nos deparamos com a situação de precisarmos de encostar em uma árvore ou até sentar no chão.
          Ao longo dessa caminhada, encontramos nossos queridos protagonistas em questão, os carrapatos. Uma coceirinha daqui, outra dali, mas nada que nos preocupe muito. Seguimos em frente e completamos com êxito a expedição mata a dentro.
          A gente começa a perceber, às vezes no silêncio da noite, que algo diferente está acontecendo em nós. Reparamos então, que temos mais pontinhos pretos do que apenas as pintas, e que tais pontinhos nos incomodam absurdamente. Entramos em ação e vamos tirando tudo aquilo que tá enchendo a paciência. São tão pequenos e tantos que chegamos a confundi-los com nossas marquinhas originais de fábrica. Quando você pensa que terá alívio após arrancá-los do seu corpo, uns mini vulcões aparecem e não te deixam esquecer que um dia um carrapato esteve ali.

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Traduzindo na prática e com outro olhar:

          Nessa caminhada cheia de missões, situações difíceis são entregues a nós, e ao passarmos por elas, precisamos descansar. Precisamos de algo que nos sirva de apoio.
          Ao longo dessa caminhada, encontramos nossos queridos protagonistas, os amigos. Uma palavrinha daqui, um abraço dali, mas nada que nos impressione muito. Seguimos em frente e passamos com êxito (ou não) pela tal situação.
          A gente começa a perceber, às vezes na calada da noite, que algo diferente está acontecendo conosco. Reparamos então, que não passamos por tudo sozinhos e que muito menos continuamos sozinhos. Temos pessoas ao nosso lado que nos intrigam profundamente. Ao contrário de como fazemos com os carrapatos, entramos em ação e começamos a cultivar essas pessoas. No começo, são pessoas um pouco pequenas e chegamos a até confundi-las com mais um de nossos colegas. Quando pensamos que foi só mais uma pessoa que passou em nossas vidas, os nossos pequenos carrapatos passam de pequenos para amigos,  e de amigos para irmãos. A vontade de cultivá-los cada dia mais e querer sua presença aumenta sempre, e mesmo que um dia nossos carrapatos desgrudem de nós, olharemos para as marquinhas que eles deixaram e lembraremos nostálgicos de uma coceirinha, uma irritação, um abraço, aquelas palavras e tudo que foi muito bom.

Um beijo nos olhos aos meus carrapatos preferidos!