domingo, 10 de maio de 2020

Dê flores em vida

Ontem (dia 01 de novembro) por acaso passei em frente ao cemitério e pude notar que algumas pessoas já se adiantavam à tradição do dia 02, hoje, o dia de finados. Acho que notei uns 4 ou 5 carros estacionados junto à calçada com os porta-malas abertos e cheios, LOTADOS até a tampa com flores de diversas cores, espécies, arranjos e tamanhos. No gramado externo do cemitério ainda havia mais umas 4 ou 5 pessoas expondo suas diversidades de opções para as homenagens. Ao ver tantas cores e flores, algo que eu nunca tinha visto (talvez por não ter passado em frente ao cemitério nessa data em anos anteriores), uma única frase me veio a cabeça: Dê flores em vida!!

Antes de condenar qualquer tradição ou crença, esse texto é apenas um conselho que eu daria para a Rachel de 8 anos atrás caso eu assim pudesse fazer. DÊ FLORES EM VIDA! Ainda está ecoando na minha cabeça, pois junto com isso me vem a memória uma perda irreparável, mas não inconsolável. E ao ligar uma coisa com a outra só consigo pensar em de que nos adianta dar flores após a morte? Vou sintetizar algumas coisas aqui apenas no termo "Dar flores". Essas coisas podem ser: carinho, obediência, valor, homenagens, respeito, credibilidade, lealdade e talvez você consiga pensar em algumas outras.

As vezes me pego pensando no quanto eu poderia ter sido uma filha melhor para a minha mãe, e logo me lembro que isso não tem mais valor para reparar o passado. Somente serve para pesar a consciência. Mas logo transformo essa pensamento em: "DÊ FLORES EM VIDA" - eu posso ser uma filha melhor para o meu pai; eu posso me doar até a última gota em todos os meus tipos de relacionamentos. Saindo da adolescência, chegando na maioridade, minhas maiores discussões travadas com a minha mãe eram a respeito da organização do meu quarto. E durante algum tempo depois do seu falecimento eu me pegava pensando em um episódio que por pouco me tirava a paz: durante toda a semana minha mãe me pediu que eu arrumasse o quarto e guardasse as roupas que já estavam passadas há alguns dias. Eu dizia que mais tarde o faria, mais tarde chegava e eu deixava pra amanhã. Isso perdurou uns dois ou três dias. Até que a minha mãe faleceu e eu não tinha obedecido. Voltar do enterro e olhar para as roupas dobradas em cima da cama me pesou o coração. Hoje, quase 8 anos após, o peso é diferente. Não há culpa por momentos mal aproveitados, ou conselhos não ouvidos, palavras duras outrora lançadas ou o sentimento de que eu poderia ter feito mais. Sim, sem dúvidas. Eu poderia!

Hoje, o peso que eu sinto é o mesmo que motivou essa reflexão. Preciso ser uma boa filha, boa namorada, boa irmã, boa tia, boa amiga, boa cristã ainda em vida. O corpo volta ao pó, de onde veio, e o espírito volta a Deus que o deu - já nos disse Salomão em Ec. 12.7. Quando os olhos se fecham aqui na terra, não há flor que valha para quem foi. Então, mesmo que essas palavras soem duras, DÊ FLORES EM VIDA! Aqui sim elas tem sentido. Seja intenso, ame, obedeça, se entregue, respeite, valorize, honre, elogie, abrace, beije, aproveite enquanto pode aproveitar. Ainda mesmo em Eclesiastes 9.8-10 Salomão disse: "Esteja sempre vestido com roupas de festa, e unja sempre a sua cabeça com óleo. Desfrute a vida com a mulher a quem você ama, todos os dias desta vida sem sentido que Deus dá a você debaixo do sol; todos os seus dias sem sentido! Pois essa é a sua recompensa na vida pelo seu árduo trabalho debaixo do sol. O que as suas mãos tiverem que fazer, que o façam com toda a sua força, pois na sepultura, para onde você vai, não há atividade nem planejamento, não há conhecimento nem sabedoria.". Em vista da morte, tenha prazer na vida!

Este texto começou a ser escrito em 01/11/2019 e está sendo acabado em 20/05/2020. Meus olhos ficaram cheios de cor quando vi tantas mães e mensagens bonitas nas minhas descidas de tela no instagram. Mas o dia de hoje serviu para lembrar a mim mesma que o segundo domingo de maio, assim como o dia 12 de junho, ou o segundo domingo de agosto,  não merecem  mais atenção do que todos os outros dias comuns da nossa vida. Portanto, dê flores hoje, mas também de flores amanhã, e depois de amanhã, e depois de depois de amanhã e até se findar a existência.

Um beijo nos olhos de quem me lê, como de praxe e de costume depois de tantos anos sem escrever.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Olhos verdes

Hoje eu vi você:


O seu vestido era vermelho. Seus olhos - que ainda estavam abertos- eram verdes. Seu cabelo cacheado, recentemente tingido, era loiro acastanhado. Sua unhas, não tão grandes, não consegui ver.  Seu sentimento: muita alegria para uma pessoa só. Sua preocupação no momento devia ser por onde a netinha, tão novinha, dava seus passos atrapalhados. Um motivo da alegria do dia: a família toda reunida. Sabe o que mais me chamou atenção? O seu sorriso era o mesmo de sempre. O sorriso que conforta, o sorriso que alegra, o sorriso que fala tudo.

Fico feliz por quem tirou a foto e fez o favor de revelá-la mesmo sem saber o que estava para acontecer. Você não estava olhando para a câmera, e aparentemente não estava preocupada com nada, porque apareceu de óculos em todas as fotos - coisa que odiava. Estava sempre sorrindo como alguém que nunca temeu a promoção que logo viria. Estava curtindo cada minuto que Deus te proporcionou, mesmo passando por todas as dificuldades possíveis. Quando a vi na foto, meus lábios tremeram e meus olhos encheram de lágrimas. Disfarcei ao máximo para que ninguém que me visse reparasse.

E apesar de todas essas palavras carregadas de sentimentos, lembrar de você ou do que aconteceu não me deixa triste. Quando penso onde está e com quem está, tenho todo o conforto que preciso. Eu entendi há algum tempo que tudo que eu preciso para ser feliz está em apenas uma pessoa. Um perfeito, que é só um. E esse é Deus. E após lembrar-me mais uma vez sobre isso, todas as lágrimas que por um momento me deixaram triste, convertem-se em lágrimas de alegria. E acho que essas foram as lágrimas que você sempre me desejou. Obrigada por quem foi, pelo quanto me amou e pelo exemplo e legado que deixou.

e pelos olhos lindos que tinha, deixo aqui com vocês, leitores, o beijo nos olhos de sempre. De alguém que sente falta da sua mãe dos olhos verdes, mas que aproveita cada memória vivida e cada virtude ensinada.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Fogos de Artifícios

          É isso! Hoje saí com a família para a rua da minha cidade natal para vermos os fogos. E tudo que tenho para desejar para o ano que temos pela frente é que sejamos como, provavelmente, fomos hoje. Imagine que as batidas do seu coração são como os fogos que encheram os céus hoje. Ao estourar dos fogos, aqui em Sumaré pelo menos, as pessoas vinham nos cumprimentar e desejar coisas boas. Que a cada batida do seu coração exista um novo desejo de felicidade. Nasça a esperança de um dia novo. De um dia realmente novo: em mente, coração e atitudes! Brote o perdão, cresça o amor! Que a cada pulsar no lado esquerdo do peito, um sorriso novo apareça. A vontade de viver renasça.  E o que eu mais desejo e é mais importante, é que a cada batimento nos lembremos que existe alguém que faz o coração bater. E que esse alguém, o Deus que nos deu um novo ano, te espera totalmente de braços abertos. Pra te abraçar e fazer, com certeza, o seu ano muito melhor!

          Um lindo e realmente novo ano para nós! Beijos nos olhos!

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Quebra-cabeças

          "Consegui mais uma!", ou "essa encaixou direitinho aqui", e ainda "acheeeei!" - são expressões que tenho dito com frequência. Resolvi há alguns dias montar um quebra cabeça de 500 peças. Confesso que não sou a melhor pessoa para esse tipo de atividade. Odeio ficar parada muito tempo, não tenho paciência, e canso minhas vistas de ficar olhando para a mesma coisa sempre. Mas sei que é um ótimo exercício para o cérebro, já que aperfeiçoa a concentração. Isso é bom, pois até resolvi escrever depois de encaixar algumas peças ali.
          Pensei um pouquinho e cheguei a conclusão que o meu quebra-cabeça e a minha vida tem apenas algumas diferenças. A primeira é que meu quebra-cabeça tem 500 peças, e a minha vida, por enquanto, tem 19. A segunda diferença é que enquanto eu fico horas procurando uma simples peça pra encaixar entre 500 outras, na vida eu demoro 365 dias para construir e desenhar uma peça só.
          Do mesmo jeito que existem diferenças, também percebi semelhanças. Assim como os quebra-cabeças da Grow tem um desenho na caixa para te orientar a montar, Deus é tão perfeito que me fez e me deu um manual para eu saber construir cada pecinha da minha vida. Observo outra semelhança quando perco o foco na montagem e quero parar com tudo o que já fiz até o momento: quero pegar a caixinha, guardar e quando der vontade recomeçar. Na vida às vezes da vontade de parar, jogar tudo pra cima...a diferença é que de vez em quando é preciso recomeçar. Sei também que quando tento colocar uma peça e ela não encaixa perfeitamente, é que aquela peça eu não devo tentar nunca mais. E na vida a gente quebra a cara por cometer os mesmos erros, colorir nossas peças com as mesmas cores, colocar os mesmo desenhos que sabemos que não vai dar certo na peça que estamos construindo. Se a gente espera, uma hora a peça encaixa em algum lugar. Se a gente espera as cores certas vão aparecendo, e a peça vai completando a sua forma para se encaixar às outras já prontas. E assim começa uma nova construção.
          Um quebra-cabeça acaba e a única coisa a se fazer é montá-lo novamente, ou escolher outro pra montar. Uma peça da nossa vida fica pronta, e a gente está preparado para construir a próxima peça que vem por aí. Não se dá um quebra-cabeça de 500 peças para uma criança de 5 anos (até porque as peças são pequenas e aí já viu, né...), do mesmo jeito que não tem graça colocar um quebra-cabeça de 25 peças para um jovem de 21 anos montar. Não devemos tentar construir a 35ª peça da nossa vida, quando ainda precisamos terminar de construir a 19ª e as dezesseis que ainda faltam para chegar na trinta e cinco.

          Pra terminar, vai uma musica do Palavrantiga. Quantas vezes já recomendei eles aqui??
          

          Um beijo nos olhos de vocês!!

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Ensina a criança no caminho em que deve andar,

e, ainda quando for velha, você se surpreenderá com ela.

É isso mesmo: hoje uma criança de cinco anos, sete meses e doze dias me surpreendeu. Contarei a história:

          Estávamos sentados na mesa jantando - eu, meu irmão, minha cunhada, meu sobrinho e meu pai - quando eu disse que queria ajuntar dinheiro para ir para a Missão Caiuá passar as minhas férias de outubro. Como dinheiro é assunto complicado, logo logo mudamos de assunto. Quando terminamos de jantar eu e o Thales, uma criança fantástica que Deus me deu como sobrinho, trocamos presentes. Dei uma bolinha para a coleção dele e ele deu dois chaveiros para a minha coleção. Entreguei a ele um cachecol que eu mesma fiz. Tiramos fotos e ele logo depois foi brincar com a bolinha que tinha acabado de ganhar.
          Sem esperar nada, pois ele já estava mais que distraído, voltei minhas atenções para o computador, pois conversava com alguns amigos. Thales chega até mim e segura na minha frente, levando minha atenção para a sua mão, uma nota de cinco reais. Quando olhei, ele deixou a nota no teclado do computador e foi se assentar no sofá. Como tal fato nunca tinha acontecido antes, e levando em conta que eu pensava que o meu sobrinho não entendia o significado de "dar com o coração", fiquei perplexa e perguntei a ele o que era aquilo.
E ele respondeu:
"Tia, esse dinheiro é meu, estava na minha carteira. Agora é seu!" - eu achando que ele estava brincando, perguntei ao pai dele se isso era verdade, ou se o dinheiro não era dele. E o meu irmão, que também não acreditara no que vira, me respondeu:
"Sim, esse dinheiro é dele e ele acabou de te dar. Aceite!"
Fiquei olhando, ainda assustada, por não saber que uma criança tão pequena tinha um coração tão grande. Perguntei ao Thales se ele tinha mesmo certeza que queria me dar os cinco reais (essa quantia para uma criança de 5 anos, tem o mesmo valor que cinco mil reais tem pra "gente grande").
Ele me surpreendeu de novo:
-Tenho, tia Rachel. Um dia eu ganho de novo.

E é isso aí, gente. Thales Thiago, desde que nasceu, foi ensinado que é melhor dar do que receber e que quando a gente dá de coração a nossa recompensa é maior. Sem ninguém pedir, meu sobrinho ofertou cinco reais para a minha viagem. Essa oferta é igual a da viúva que deu suas duas únicas e pequenas moedas (Lc 22: 1-4). Deus sonda o motivo do nosso coração, e sem pedir ou demonstrar arrependimento pelo que tinha feito, Thales ganhou R$ 6,00 do vozão!
       

e é por isso que termino dizendo: "Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velha, não se desviará dele." Pv 22:6

um beijo nos olhos de vocês de uma tia que vê toda a diferença que Deus faz na vida até mesmo de uma criança!

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Parágrafo único

Descobri o motivo de tanto tempo sem escrever.  Acho que o que falta é mais do que querer. Falta mais do que imaginação, mais que uma simples inspiração. Não só para mim. Não só para quem escreve. Falta para todos. Falta um pouquinho de paixão. Precisamos a cada dia nos apaixonar. Não exclusivamente aquela paixão de duas pessoas que se olham e os olhos brilham. Precisamos nos apaixonar pela vida. Pelo milagre que é viver! Devemos querer todo dia, que o hoje seja especial. E caminhando de dia em dia, viver uma vida apaixonados. Levando em conta as definições para um apaixonado: alguém que seja dominado pela paixão, uma pessoa exaltada, entusiasmada.  Não podemos deixar que as angústias e as derrotas abafem a nossa paixão. Viver é bem mais que respirar! E não volto atrás: ainda acho muito mais simples sorrir do que chorar.

Preciso me apaixonar de novo antes que acabe a vontade de escrever. "Não aguarde a sua banda passar...",  apaixone-se!

um beijo nos olhos!!

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Sorrisos

Muita gente não sabe o verdadeiro motivo pelo qual eu escolhi e sou apaixonada pela Odontologia. Uma vez alguém me disse e eu peguei esse modo de ver para a minha vida:

Sempre quis escolher alguma profissão que fizesse alguém sorrir. Imagino que quando o trabalho é feito com excelência, esse alvo não é muito difícil de atingir. Mas quis algo que fosse mais próximo às pessoas que eu faria sorrir. Lembro-me dos meus dias de palhaça. Corações machucados pedem, encarecidamente, por alguém/algo que os faça sorrir. E a melhor retribuição pra alguém que quer fazer sorrir, é o reflexo da alegria demonstrada em um sorriso sincero. Não há dinheiro que pague! Por essas e outras me encantei por sorrisos. E não poderia escolher nada além disso. Quero que as pessoas sorriam e quero fazer parte disso lá dentro e do lado de fora. Porque assim como "a boca fala do que está cheio o coração" (Mt 12:34), acredito que ela também sorri, quando sorri o coração.

Um beijo nos olhos de alguém que quer te ver sorrir mais bonito. E lembrem-se: o dente mais bonito que for não sobrepõe a beleza de um sorriso sincero.