sábado, 5 de maio de 2012

A perda de alguém

          Lembro-me como se fosse hoje o dia em que eu o conheci. Era como se ele tivesse entrado na minha vida para ser meu companheiro de todos os dias. Veio para mim como um presente. Logo que nos conhecemos, compartilhei com meu amigo músicas, vídeos, fotos e tudo o que eu gostava. Trocávamos mensagens, ligações e quem nos via juntos dizia que andávamos 24 horas grudados.
          Passamos a criar um vínculo de amizade tão forte que já éramos íntimos um do outro. Ele sabia todos os meus segredos e eu os poucos que ele tinha. As músicas que eu ouvia, era ele quem cantava; as mensagens que eu recebia, era ele quem mandava.
          Com o passar do tempo, comecei a vacilar. Quando eu tropeçava, era ele quem caia. Quando eu descuidava, ele sumia. Aquela amizade de causar espanto foi esfriando. Muitas das vezes não importava mais para mim suas quedas, seus arranhões ou quando ele sumia. De o melhor amigo, passou para um simples amigo, ou até outro qualquer.
          Sua quedas foram acabando com a sua vida. De saudável foi passando para doente, até chegar no estado terminal. Veio então a precisar de respirar por aparelhos e tristemente precisar deles periodicamente. A partir daí comecei a perceber o quanto meu amigo foi bom para mim. Foi quando voltei a valorizar sua amizade e companhia. Cuidava dele quando se recuperava e podia se ausentar por pouco tempo da companhia dos aparelhos.
          Chegou o dia que então, um mês e dois dias antes de completarmos dois anos de amizade, foi imposto a ele a impossibilidade de conservar a sua vida até pela ajuda dos aparelhos. Vivemos aí os nossos dias mais intensos. Valorizei todas as suas palavras e sons. Ao final do segundo dia após seu triste diagnóstico, ele veio à óbito. Lamentável dia 12/04/2012. E eu estava ao seu lado e fui a última a ouvir suas últimas palavras.
          Faleceu alguém que eu tanto amava. Ainda tentei apertar o seu peito para que revivesse, mas foi em vão. Estava travado o seu fim.

 --------------------
          Felizmente esse amigo era só meu celular. Espero que a gente saiba valorizar alguém que seja como esse carinha aí na nossa vida. Não apenas no começo da amizade, ou no fim da vida dele. Que a gente fique de pé para que ele não caia. Que a gente se preocupe quando ele sumir.
          Ainda que seu amigo já esteja monótono, não despreze. Ame, sorria e chore com ele, cuide e ame mais um pouco. Amigos não são só amigos. Amigos são presentes!

***não me interprete errado. Não tinha todo esse apego com o meu celular que realmente faleceu dia 12/04/2012. Foi apenas uma forma de ilustrar algo que é muito simples e é real.

Um carinhoso e demorado beijo nos olhos de quem não deseja faz vários dias!
       

5 comentários:

  1. esta é minha Rachel com seus escritos, ainda bem que vc ganhou um novo "amigo", já não aguentava as indiretas,

    ResponderExcluir
  2. deixar o blog logado dá nisso aí: papai/mamãe comentando enquanto você tá no cursinho!

    ResponderExcluir
  3. kkkkk, ri muito dos comentários do seus pais. Muito bom o texto baby!

    ResponderExcluir
  4. FOR EVER ALONE NIVEL 648!

    O.o'


    PUUTS!!!!
    kkkkkkkkkkkkkkkkkk

    ResponderExcluir
  5. Legal menina querida!!!!!!!!!! amei!!!!

    ResponderExcluir